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Setembro Amarelo - Suicídio

Atualizado: 2 de jan. de 2022


Setembro Amarelo Suicidio
Drº Alessandro Taranto | Neurologia e Hipnose Clínica

Vamos falar um pouco mais sobre isso ?



O Setembro Amarelo traz a sociedade a conscientização de um problema muito mais comum do que imaginamos e ainda carregado de estigma e de grande sofrimento para os familiares e amigos daqueles que cometeram o suicídio. Um problema que parece caminhar sempre "ao lado", nos guetos da sociedade, mas nunca na nossa casa ou na nossa família. Algo obscuro, calado e sombrio.


É imensurável a dor da mãe que recebe a notícia de seu filho que põe fim a sua própria vida, muitas vezes por motivos até mesmo considerado como banais ou ridículos por muitos. Afinal, seres humanos são especialistas quando se trata de julgar ou apontar as dores dos outros, característica esta que afronta até mesmo a esperança dos mais otimistas evolucionistas darwinianos de plantão sobre a evolução da espécie humana, sobretudo no quesito de vida e empatia coletiva.


Sensações de não pertencimento são percebidos como uma desconexão dos outros. É ausência de relação de cuidado recíproco, seja com a sociedade no âmbito coletivo ou familiar. Alguns ampliam este conceito, especialmente em jovens atualmente , para o mundo virtual e midiático. Há casos de jovens que cometem suicídio após sofrerem "cancelamento" ou críticas de haters em mídias sociais, o que deixa todos de cabelos em pé. Apesar de não dito nos estudos citados acima, eu acrescentaria a SENSAÇÃO DE NÃO SER AMADO como uma variante ou uma outra perspectiva da outra dita anteriormente. Afinal, vivemos o momento da comodidade e facilidade dos relacionamentos efêmeros e transitórios. Ser filho de pais separados deixou de ser algo apenas comum mas também normal. Não raro, negligenciamos totalmente os potenciais efeitos deletérios na formação da personalidade, caráter e comportamento daquele individuo que tem ausente a construção de seus arquétipos de pai, mãe, masculino, feminino e etc...


Como uma luz no fim do túnel , surgem estudos que demonstram o papel de se ter uma VIDA COM PROPÓSITO e SIGNIFICADO e qual as suas repercussões na saúde mental da pessoa. Filosofias antigas e religiões, nas suas mais distintas vertentes, não divergem sobre o assunto e já se anteciparam talvez há mais de 5000 anos se considerarmos os textos sagrados védicos hindus. Buda e o Cristianismo vieram mais recentemente reforçar o valor da vida humana e principalmente sobre o valor do PERDÃO e a COMPAIXÃO. Neste último, Jesus Cristo é seu maior exemplo e expoente. A contundência de suas palavras ao dizer momentos antes de sua morte : - Pai, perdoai pois não sabem o que fazem, provoca arrepios e reflexão, pois independente de qualquer crença religiosa, em algum momento a vida lhe cobrará compaixão, seja para com o outro ou , eu diria ainda mais difícil, a compaixão para si próprio. Isso independe do que você realmente acredita, sendo inerente da espécie humana e da vida na sua coletividade e organizada em grupos. Num dos estudos citados acima, podemos observar o quanto é possível reduzir drasticamente os índices de suicídio passivo e ativo, especialmente em idosos, com tão simples e pouco de cada um de nós.


Mais do que ter, eu diria que viver, experienciar de fato uma vida com sentido, pode contribuir drasticamente para a percepção do sentimento de alegria, pertencimento e conexão para consigo e o coletivo. Vivemos atualmente um momento peculiar e ao mesmo tempo obscuro sob vários aspectos e isto nos coloca distante do outro ao lado. Criamos barreiras físicas e até mesmo virtuais (ex, condutas de cancelamento ), muitas vezes induzidas por efeito em manada por repetição de comportamento ou influencia alheia. Talvez essas situações possam já ter acontecido com você caro leitor. Somente quem sentiu na pele sabe o que estou falando.


Daí a importância de não apenas saber a teoria sobre isso, mas de realmente SENTIR NO SEU CORPO, na sua psiquê, e POR QUÊ NÃO NO SEU CORAÇÃO, o seu valor para a sociedade e principalmente para você mesmo, plantando hoje INTENÇÃO e ATITUDES que fazem a sua vida ter de fato um significado e propósito. É necessário sair do apenas intelecto e ir para a experiência física e emocional de fato, transcrita e experimentada no próprio corpo. Ficar atento às menores barreiras levantadas por você mesmo ou de grupos que destroem a empatia e o acolhimento ao indivíduo que está ao seu lado. Mesmo que este "lado" seja virtual. É cuidando de si que você se torna apto e capaz para cuidar do outro.


Dizem que quando doamos ao Universo, este de alguma forma nos retribui. Neste instante, algo realmente mágico acontece, independente de qual seja sua crença. Talvez seja secundário aos neurônios em espelho estudados pela neurociência. Ou ainda talvez seja como o resultado da prática do amor ao próximo, tão falado em distintas religiões. Prefiro deixar a indagação à você caro leitor, pois aqui não há certo ou errado. Mas sim, aquilo que você sente em você mesmo e isso é o que realmente importa. Teorias e pessoas com razão o mundo já está cheio demais !!!



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Referências bibliográficas :


Victoria L. Beach, Sarah L. Brown & Kelly C. Cukrowicz (2020): Examining the relations between hopelessness, thwarted interpersonal needs, and passive suicide ideation among older adults: does meaning in life matter?, Aging & Mental Health, DOI: 10.1080/13607863.2020.1855102


McPhillips R, Nafees S, Elahi A, et al. Knowledge, attitudes and experiences of self-harm and suicide in low-income and middle-income countries: protocol for a systematic review. BMJ Open2021;11:e041645. doi:10.1136/bmjopen-2020-041645


Epidemiology of Suicide and the Psychiatric Perspective Silke Bachmann Int J Environ Res Public Health. 2018 Jul; 15(7): 1425. Published online 2018 Jul 6. doi: 10.3390/ijerph15071425 PMCID: PMC6068947


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